Um gênero de filme que normalmente agrada a todos é a comédia romântica. Gênero que, como o próprio nome já diz, faz uma junção de situações cômicas com outras amorosas. Há aqueles que dizem que o gênero é filme de e para mulher, enganam-se totalmente.
Esse tipo de filme já revelou grandes atrizes como Audrey Hepburn, antigamente, e Sandra Bullock, hoje. Estilo que dá uma maior versatilidade aos atores por poderem, no próprio gênero, interpretarem papéis complexos que vão além de personagens cômicos ou dramáticos.
Mas hoje o que preocupa muito dos críticos no mundo do cinema é porque a comédia romântica perdeu o seu lugar como sinônimo de grande obra do cinema. Os filmes de hoje pecam muito pelo contínuo uso de situações repetitivas, desgastadas e enjoativas, os famosos clichês. Filmes como “Amor e Outras Drogas” e “A verdade Nua e Crua”, só para exemplificar, não têm uma grande história, usam muito de uma linguagem sexual, que é o que vemos de monte no cinema atual, chegando a beirar a pornografia pelo exagero.
O romantismo se perdeu, cenas com uma trilha delicada e profunda, uma fotografia simples, mas convincente, onde os atores mostravam todo um sentimento, não existe mais. A beleza de filmes como “Confidências à Meia-Noite” e “Bonequinha de Luxo” que misturam um roteiro genial e envolvente com músicas que martelam a cabeça e não te deixam esquecer-las, uma mistura real de comédia com romance, onde você se diverte com as circunstâncias criadas parece ser algo distante.
É claro que não podemos generalizar, a existência de ótimos filmes do gênero hoje não é algo tão comum, mas acontece. O que não era raro numa época anterior, pode ser visto em uns pouco. Antigamente se tinha uma afeição maior com as histórias, não eram produtos, possíveis lucros e sim verdadeiras obras de arte, perdidas e cada vez menos valorizadas.
Bonequinha de Luxo |
Ótimo texto. Mas discordo em alguns pontos. Seu posicionamento me parece um pouco saudosista. Sem querer desmerecer "Bonequinha de Luxo" ou "Confidências à Meia-Noite" (ou vários outros ótimos filmes que os grandes estúdios hollywoodianos produziram mais ou menos nesta época), esses filmes eram sim grandes produtos capazes de gerar grandes lucros. Escalar Audrey Hepburn não era apenas uma escolha baseada na grande beleza que ela tinha, mas era um investimento pesado. Milhares de pessoas iriam ao cinema só pra vê-la. Então esses filmes eram sim produtos altamente comerciais. (O que não os desvaloriza, de maneira nenhuma, afinal a alienação de associar o lucro à desvalorização artística nem faz mais sentido na era da reprodutibilidade técnica do sistema capitalista). Já com relação às comédias românticas hollywoodianas atuais, eu vejo isso não como uma decadência do gênero, mas do cinema hollywoodiano como um todo. Os Estados Unidos produzem um volume muito grande de filmes e, claro, grande parte disso não se aproveita. Mas isso é pra qualquer gênero. Basta dar uma olhada nos filmes de ação, nos vampiros e em tantos outros gêneros que circulam por aí sem o mínimo valor artístico. E, claro, há também os excelentes filmes produzidos em hollywood. Inclusive de comédia romântica. Enfim, sem querer cair no relativismo, acho que há materiais de qualidade ao mesmo tempo em que se tem filmes recheados de clichês no cinema americano atual. Mas claro que, devido ao volume produzido e à demanda de uma economia implacável como a americana, a indústria cinematográfica deles termina lançando mais filmes vazios, fáceis e com poucos recursos estilísticos realmente interessantes e inovadores.
ResponderExcluirFlw!